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Lugar de Fala de Pessoas com Deficiência em Debates sobre Acessibilidade: Tem limite?

27 de setembro de 2020

Oi Pessoal! Antes do texto sobre a data comemorativa, eu propus a vocês uma discussão sobre o tal Lugar de Fala ao qual as pessoas com deficiência dominam. Vamos lá?!

Bom, como vocês sabem, eu criei esse blog justamente porque eu faço parte desse lugar e é muito legal trazer questões, experiências e informações que ajudam as pessoas a entender como tudo isso funciona para mim, cadeirante. 

Eu participo de grupos de PCD’s no facebook e há semanas, vi o seguinte texto:

“A pessoa com deficiência e o lugar de fala.

Meus queridos, boa tarde. Vamos falar sobre lugar de fala?

Sendo franco com vocês, não me simpatizei com esse termo já na primeira vez que o ouvi, e isso só piorou quando conheci seu significado. Explicarei brevemente à seguir.

Na prática o “lugar de fala” é utilizado como uma tática retórica de debate, na qual eu descaracterizo a validade da opinião do meu oponente não pelo que ele falou, mas, por quem ele é.

Isso me parece problemático, por que o lugar de fala, nada mais é do que o uso de vivência pessoal, ou seja, algo de validade subjetiva, como argumento objetivo em um debate, muitas vezes usado para calar a boca do oponente discordante.

Penso que isso apequena o debate, afinal o lugar de fala nada mais é do que um argumento anedótico, facilmente rebatido por outro argumento anedótico.

Claro que a opinião de quem vive ou passa por algo é importante, porém, não trás base o suficiente para encerrar o debate.

Quando se trata da pessoa com deficiência então isso só piora! Presenciei inúmeras vezes alguma pessoa com deficiência debatendo sobre um tema de acessibilidade, por exemplo, com uma pessoa sem deficiência, e quando a pessoa sem deficiência diz algo que o PCD discorda, ao invés de argumentar de maneira convincente, alguns pcd’s já dão logo essa carteirada do lugar de fala.

Penso sinceramente que se nós queremos mesmo alguma inclusão, devemos abandonar esse tipo de retórica vazia e conversarmos com as pessoas sem deficiência como gente grande! Mostrando dados, opinando de forma consistente, pois se não fizermos isso, se só permanecermos usando tática retórica subjetiva, não creio que vamos conseguir algo.” Texto de: Gabriel Oliveira

Diante disso, o que eu digo é:

“Esse lugar de fala, é muito mais uma questão de vocabulário e ponto de vista”. E eu explico por quê. 

É claro que os deficientes, que sabem quais são as acessibilidades e dificuldades podem sim, ter autoridade para falar. Mas não é preciso ter resposta para tudo nem invalidar outros pontos a partir disso. 

Eu vou citar um exemplo recente: Quero muito conhecer Fernando de Noronha – PE e estou planejando uma possível viagem para o ano que vem.

Entretanto, quando levantei essa possibilidade pra minha companhia, Ela disse: “Amiga, em Noronha vamos passar perrengue. Não tem muito acesso. Eu fui lá duas vezes.”

Eu já havia pesquisado sobre e achei bastante opção. Mas se minha amiga foi, ela conhece mais e não tem necessidade de querer “complicar” um passeio. Com tanta opção de lugar pelo país para conhecer, não custa esperar um pouco até que o local seja mais acessível. 

Portanto, o que eu quero dizer é que por mais que o lugar de fala seja válido, outras experiências e opiniões também são. Podemos tranquilamente dar voz à todos nesse tipo de debate. 

O que vocês acham? Me contem tudo.

Compartilhem também com quem pode gostar do tema.

Um beijo.

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