Eu nasci prematura aos 6 meses de gestação, com uma série de problemas de saúde que acarretaram minha deficiência. Como por exemplo, paralisia cerebral, cegueira, infartos e convulsões consecutivas. Mas se comparadas quadro atual, as sequelas são quase nulas.
Minha infância e adolescência foram como a da maioria das pessoas. Com o detalhe de que sempre me destaquei entre os colegas de classe pela minha performance em sala de aula.
O ápice foi quando aos 19 anos, consegui o primeiro emprego e lá aprendi a me comunicar melhor, perder a timidez, interagir com as pessoas. Tanto é que alguns colegas me apelidaram de “relações públicas” do meu setor. Afinal eu estava sempre sorrindo, brincando e fazia amizade com todos. E assim me tornei muito querida lá, todos gostavam muito de mim.
Diante disso e da necessidade, ganhei minha primeira cadeira de rodas motorizada. Essa cadeira foi um presente dos então colegas de trabalho, devido ao fato de eu precisar de um acompanhante (meu pai, familiares e os então colegas que faziam trajeto parecido) para ir e voltar do trabalho com uma cadeira de rodas manual.
O trajeto era feito com o total de 6 ônibus por dia sendo 3 ida e 3 volta, e em torno de 2 a 3 horas gastas em cada parte dele. Passando bastante “aperto” em época de chuva.
Em virtude disso, a galera se uniu e cerca de 300 pessoas doaram parte do valor necessário para a compra da cadeira. A partir daí alcancei uma maior liberdade de locomoção e pude sair mais de casa, conhecer novas pessoas e locais.
Efetivamente realizei sonhos por meio dessa independência para me locomover. Sobretudo, realizei duas viagens maravilhosas sozinha, outra grande vitória.
Aqui no blog, vocês podem obter informações, notícias, reflexões e essas histórias! Beijo Grande ?